No último domingo, cerca de 48,1 mil eleitores em São Paulo anularam seus votos ao digitarem o número 13, associado ao PT, mesmo sem o partido ter lançado candidato para a prefeitura. O número corresponde ao tradicional código eleitoral do Partido dos Trabalhadores, o que pode ter levado eleitores a votarem no partido de forma automática, sem perceber que o candidato apoiado pelo PT era, na verdade, Guilherme Boulos (PSOL), cujo número era 50.
A confusão se mostrou especialmente significativa em uma disputa apertada, onde Ricardo Nunes (MDB) venceu Boulos com uma diferença de apenas 25 mil votos. Analistas apontam que, se metade desses votos anulados no número 13 tivessem sido transferidos para Boulos, ele teria superado o atual Prefeito.
Rui Falcão, coordenador da campanha de Boulos e ex-presidente do PT, sugeriu que parte dos votos nulos pode ter resultado de eleitores que, por hábito, votam sempre no número 13, sem se atentar ao fato de que o partido não tinha candidato próprio nessa eleição. "Isso reflete uma fidelidade automática ao partido, mas também pode ser fruto da desinformação propagada por outros candidatos", afirmou Falcão.