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Foto do escritorLucas Rogerio

Exclusivo! Psicóloga especialista em adoção conversa com o Portal Futuro Livre.

Para se ter uma ideia, entre maio de 2015 e maio de 2020, mais de dez mil menores de idade foram adotados no Brasil. Para poder adotar uma criança, o candidato deve ter mais de 18 anos e deve, também, ter 16 anos a mais que o menor.

O tempo de adoção depende de exigências do candidato. Sem exigências como cor, sexo, saúde e afins, a duração leva seis meses, no geral.


Para falar sobre adoção, convidamos a psicóloga Maria Angelica Amarante dos Anjos, que é mãe adotiva e escritora sobre o tema, para uma entrevista.


Confira na íntegra:


A adoção é um meio que muitas famílias encontram quando as mulheres não conseguem engravidar. A adoção ainda é segunda opção ou vem mudando?


Os casos de infertilidade ainda são os principais motivos para um casal ou pessoa adotar. Veja uma coisa: a infertilidade pode ser tanto da parte da mulher quanto do homem. Mas de fato isso tem mudado: muitas pessoas têm procurado a adoção mesmo podendo gerar, tendo ou não filhos biológicos anteriores.

A divulgação de casos bem sucedidos de adoção e todo o preparo que o adotante recebe tem sido um fator de grande importância para que pessoas procurem a adoção. Conheço inclusive jovens que dizem que não pretendem nem tentar a gestação biológica, pois notam que há muitas crianças e jovens que precisam de uma família.

A cultura adotiva tem mudado muito no Brasil nas últimas décadas, por conta do amplo trabalho dos Grupos de Apoio à Adoção, principalmente.




As leis também têm evoluído, melhorando o panorama da adoção e contribuindo para que a sociedade seja mais inclusiva.

Os artistas, pessoas que causam grande influência no público, também têm colaborado bastante com o seu exemplo de felicidade na formação de sua família através da adoção.

O que mais a senhora ouve sobre a decisão dos pais em adotar?

Na fase inicial do processo, é comum os adotantes se encontrarem muito ansiosos pela chegada do filho. Ouvem dizer que o processo é demorado, então, querem saber se algo pode ser feito para que o tempo de espera seja o menor possível. Alguns passaram muitos anos em processos de fertilização, que é caro e invasivo, e não obtiveram sucesso. Então, querem rapidamente ter os filhos em seus braços.

É compreensível que pensem dessa forma, porém, com os cursos do Fórum e vivências nos grupos de apoio, passam a entender que o preparo é importante e que as crianças e jovens reais que estão disponíveis para a adoção muitas vezes divergem do perfil que eles pensavam a princípio.

À medida que os pretendentes, de forma consciente e responsável, ampliam o seu perfil e acolhem a criança real, o encontro com os seus filhos ocorre com maior rapidez. Para os que desejam um bebê saudável, os pretendentes passam a entender melhor como se dá o processo de destituição familiar e passam a aceitar que o seu tempo de espera será bem maior. E, para que a adoção seja segura e para sempre, entendem que as vias legais são o único caminho viável.

Por que é preferível adotar bebês?


Muitos ainda pensam assim, mas isto está mudando. Os que desejam um bebê pensam que ele virá como uma página em branco, pois muitas vezes tem medo que a criança com mais idade tenha uma história difícil de lidar, que a vinculação afetiva seja problemática ou que eles não possam acompanhar o desenvolvimento da criança. A adoção está cercada de preconceitos: pretendentes pensam que a personalidade de um bebê possa ser moldada pelos novos pais. Os pretendentes, durante o seu período de preparo, passam a entender que uma criança que tem mais idade passará por um período de adaptação, assim como toda a família, e que não há barreiras intransponíveis nem desafios que não possam ser vencidos. Todos vão aprender uns com os outros, e o mais importante é o afeto. O amor é a base que tornará o relacionamento sólido e feliz.

Como lidar com a criança que tem mentalidade suficiente para saber que será adotada e que aqueles não são pais biológicos?


A criança deseja ser protegida, cuidada e amada. Então, se ela já tem condições de entender que está com uma família que a ama, o processo será tranquilo e natural. Os pequenos e constantes gestos de atenção e carinho dará a esta criança a segurança de ter encontrado o seu verdadeiro lar.

Qual a opinião da sra sobre adoção?


É uma oportunidade belíssima de nos tornarmos mães e pais. Foi a melhor decisão da minha vida. Aprendo muito com o meu filho e digo com toda a segurança que ele é mais do que eu esperava. A adoção tem as suas peculiaridades, e você precisa se preparar adequadamente. Mas para quem tem a firme decisão de exercer a sua maternidade e paternidade, é um presente da vida.




Maria Angélica gravou um vídeo falando sobre como foi o processo de adoção do seu filho. Veja:



SOBRE MARIA ANGÉLICA:


Maria Angélica Amarante dos Anjos é psicóloga, formada pelo Instituto Metodista de Ensino Superior, em 1983.

Em 2014 chegou seu único filho, Jonas Henrique, através de um processo de adoção. Em 2015 começou a desenvolver um trabalho de apoio aos adotantes, criando uma página do Facebook intitulada Anjos da Guarda Serviços de Apoio à Adoção onde, além de publicar reportagens sobre o tema, também responde às dúvidas dos adotantes de todo o Brasil.




Este é o link da página do Facebook: https://www.facebook.com/Anjos679

No Instagram, o link é: https://www.instagram.com/anjosguardaadocao/

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