Irreverente e sempre autêntico, José Ferreira Neto, ou simplesmente Craque Neto, conversou com o Portal Futuro Livre. A entrevista com o apresentador da Band será a última entrevista nesta plataforma. O Portal Futuro Livre passará por mudanças em breve.

Com opiniões fortes e sem fugir de polêmicas, ele relembrou a conquista do Campeonato Brasileiro de 1990, o primeiro da história do Corinthians. "De certa forma, vivo até hoje daquela conquista", afirmou Neto, destacando a importância do título.
Leia a seguir a entrevista com o Neto:
Durante sua carreira como jogador, você foi conhecido pela liderança em campo. Como você acredita que seu estilo de jogo e sua personalidade impactaram os times por onde passou?
Primeiro, sempre tive personalidade forte e assumi a responsabilidade nos times onde joguei. Eu era o mais cobrado e sabia da minha importância no grupo de jogadores. Quase sempre fui capitão e chefe da vaquinha. Isso, de certa forma, fazia com que o respeito do grupo viesse de maneira natural.
Qual foi o momento mais desafiador da sua carreira como jogador e como você lidou com essa dificuldade?
Acredito que foi quando não fui convocado para a Copa de 90, sendo o principal jogador do país. Aquele momento triste tive que reverter em campo para provar a cada jogo que eu poderia ser o melhor. Meses depois, estava conquistando o Brasileirão com o Corinthians.

O título do Campeonato Brasileiro de 1990 é histórico para o Corinthians. O que aquele momento representou para você pessoalmente e para sua relação com a torcida?
Tudo. De certa forma, vivo até hoje daquela conquista. Aquela glória me transformou em ídolo. Me colocou de vez na história do clube.
Como foi a adaptação de sair dos gramados para os estúdios de TV? Houve algo na mídia que te surpreendeu ou que você teve que aprender rapidamente?
Um aprendizado. Ver os outros fazendo e aprendendo. Acho que meu jeito meio louco me ajudou, mas pra falar direitinho estudei um pouco, e isso pouca gente sabe.

O futebol moderno é marcado por tecnologia, VAR e novas táticas. O que você sente falta do futebol de sua época e o que acha que melhorou atualmente?
Sinceramente, pouco. Eu achei que o VAR acabaria com a discussão no futebol, mas isso não aconteceu. Agora, a tecnologia tem outros benefícios, como fazer uma bola melhor, uniforme menos pesado. Isso sim funcionou bem.
O Brasil passou por altos e baixos no cenário mundial. Na sua visão, o que o futebol brasileiro precisa fazer para voltar a ser referência global?
Acho que as pessoas deveriam ser menos gananciosas. Isso melhoraria sim. Só que é quase uma utopia pensar nisso, já que dirigente só pensa em grana.

Você é uma inspiração para muitos jovens. Que conselho você daria para quem sonha em ser jogador de futebol ou para quem quer se destacar no jornalismo esportivo?
Eu acho que, como tudo que você quer na vida, tem que lutar pra conseguir e insistir. Essa é a palavra: insistir. Jamais desistir! Óbvio, trabalhando firme e forte e se preparando. Sempre melhorando seu potencial.