Hoje, 31, a Organização dos Estados Americanos (OEA) realizou uma votação que não conseguiu os votos necessários para aprovar uma resolução exigindo que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, publicasse as atas de votação da eleição presidencial no país. A resolução obteve 11 votos a favor, mas eram necessários 18 para sua aprovação.
Brasil e Colômbia optaram pela abstenção, enquanto o México esteve ausente da votação. A ausência do México e a abstenção de dois dos principais países da região contribuíram significativamente para a falha em atingir o número necessário de votos.
Desde o início, havia uma expectativa de que projetos voltados à aplicação de sanções ou medidas mais rigorosas contra a Venezuela não obteriam aprovação. A Venezuela não faz parte do colegiado da OEA, que reúne 34 países membros. A resolução visava pressionar o governo de Maduro a aumentar a transparência em suas eleições, uma demanda frequente entre os críticos internacionais que questionam a legitimidade dos processos eleitorais venezuelanos.
A não aprovação da resolução destaca as divisões dentro da OEA em relação à situação política na Venezuela. Embora muitos países membros critiquem fortemente o governo de Maduro por supostas violações de direitos humanos e falta de democracia, a obtenção de consenso para ações concretas tem sido um desafio recorrente. A abstenção do Brasil e da Colômbia, duas das maiores economias da América Latina, reflete as complexas considerações diplomáticas e políticas que influenciam as decisões de voto na organização.
Especialistas apontam que a abstenção de Brasil e Colômbia pode estar relacionada a interesses estratégicos e econômicos na região, além de uma tentativa de evitar o agravamento de tensões diplomáticas com o governo de Maduro. Por outro lado, a ausência do México sugere uma possível hesitação em adotar uma postura clara diante da crise venezuelana, possivelmente visando manter canais diplomáticos abertos.