O Censo Demográfico de 2022, divulgado hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revela um panorama alarmante e reflexivo sobre as condições habitacionais no Brasil. O levantamento aponta que 16.390.815 brasileiros, ou 8,1% da população, residem em favelas e comunidades urbanas. A maior concentração dessa população está nas grandes metrópoles, com 82,6% dos moradores de favelas — ou 13.546.342 pessoas — vivendo em regiões metropolitanas.
A região Sudeste é onde se encontra a maior parte dessa população, com 43,4% de moradores de favelas — cerca de 7,1 milhões de pessoas. Em segundo lugar vem o Nordeste, com 4,6 milhões (28,3%), seguido do Norte (20%), Sul (5,9%) e Centro-Oeste (2,4%).
Entre os estados, São Paulo lidera com mais de 3,6 milhões de pessoas que vivem em favelas, seguido do Rio de Janeiro (2,1 milhões).
O Pará, Bahia e Amazonas também figuram no topo, com populações de 1,5 milhão, 1,37 milhão e 1,36 milhão respectivamente, que, juntos, representam quase metade do total de moradores de favelas no país.
Em 2022, o Brasil contava com 12.348 favelas e comunidades urbanas, presentes em 656 municípios. O Sudeste abriga 48,7% dessas comunidades (6.060), seguido pelo Nordeste com 26,8% (3.313), o Norte com 11,6% (1.438), o Sul com 10,4% (1.278) e o Centro-Oeste com 2,5% (303).
São Paulo é o estado com o maior número de favelas, contabilizando 3.123 comunidades, seguidas pelo Rio de Janeiro (1.724) e Pernambuco (849).
No extremo oposto, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Roraima ocupam os últimos lugares em número de favelas, com 39, 31 e 10 respectivamente.
Das 12.348 comunidades no país, 72,5% têm até 500 domicílios. Em média, 1.928 dessas favelas (15,6%) possuem entre 500 e 1.000 domicílios, enquanto 1.468 (11,9%) têm 1.000 ou mais domicílios.
A Rocinha, no Rio de Janeiro, retomou o título de maior comunidade do Brasil, com uma população de 72.021 habitantes, ultrapassando o Sol Nascente, localizado no Distrito Federal. Nas 20 maiores favelas do país, vivem cerca de 858 mil pessoas.
A média de idade dos moradores de favelas no Brasil é de 30 anos, com uma leve predominância de mulheres (51,7% ou 8,5 milhões) sobre os homens (48,3% ou 7,9 milhões). No quesito étnico, a maioria dos habitantes é parda, com 9,3 milhões de pessoas. Em seguida, são 4,3 milhões de brancos, 2,6 milhões de pretos, 134 mil indígenas e 16,4 mil pessoas amarelas.
A definição de favela, segundo o IBGE, é de um “território popular originado das diversas estratégias utilizadas pela população para atender, geralmente de forma autônoma e coletiva, às necessidades de moradia, diante da insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados”.