O peronista e advogado Sérgio Massa (Unión por la Patria), atual ministro da economia e candidato da centro-esquerda, saiu na frente com 36,56% dos votos contra o economista Javier Milei (La Libertad Avanza), canditado da extrema-direita, com 30,05% dos votos, segundo a contagem oficial do Diretório Nacional Eleitoral.
Compareceram às urnas, no último domingo, 22/10/2023, 77,65% dos eleitores argentinos. Cinco candidatos disputavam a presidência do país: o governista Sergio Massa (Unión por la Patria), o libertário Javier Milei (La Libertad Avanza), a liberal Patricia Bullrich (Juntos por el Cambio), o centrista Juan Schiaretti (Hacemos por Nuestro País) e o oposicionista de esquerda Myriam Bregman (Frente de Izquierda). O 2º turno está marcado para o dia 19 de novembro e não há favoritismo na disputa pela Casa Rosada, pois as alianças ainda não foram definidas.
Mas quem são os dois candidatos à presidência da Argentina?
Sérgio Tomás Massa, nascido em 28 de abril de 1972, filho de um imigrante italiano, iniciou a carreira política num partido conservador, a UCeDé, base do governo peronista, que possuía na época uma posição de direita.
Eleito deputado federal em 1999, Massa permaneceu no poder legislativo até ser nomeado para um cargo no governo argentino.
Casou-se 2001 com Malena Galmarini, filha de dirigentes peronistas e teve dois filhos, Tomás e Milagros. O político é um fanático torcedor do time de futebol Club Atlético Tigre.
Apesar da atual crise econômica, com desemprego em alta, reservas internacionais evaporando e a inflação chegando a 138% ao ano no mês de setembro, o ministro Massa ganhou votos e surpreendeu, graças às medidas populistas como: pagar benefícios extras para os mais pobres e cortar alguns impostos para empresas. Massa também se afastou do atual presidente argentino, Alberto Fernández, que não apareceu ao seu lado na campanha. Mas fez questão de citar o apreço que tem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Massa tem uma série de propostas sociais como: recuperar o poder de compra das famílias, distribuir medicamentos de forma gratuita, a criação de novos direitos trabalhistas, além de fortalecer as empresas estatais, aumentar as exportações e realizar uma reforma tributária que simplifique as arrecadações.
Muitos argentinos consideram Massa como o político mais hábil do país, mas para outros, ele não passa de um mero oportunista.
Javier Gerardo Milei, nascido em 22 de outubro de 1970, não tinha um bom relacionamento com seus pais, mas encontrou apoio na figura de sua irmã Karina Milei.
Javier Milei já afirmou para diferentes meios de comunicação que, caso se torne presidente da Argentina, sua irmã desempenhará o papel de primeira-dama. Reportagens das mídias argentinas dizem que ele e a irmã utilizam o tarô para decidirem questões importantes.
Apaixonado por animais, ele adotou um cachorro em 2004 e o batizou de Conan, uma referência ao filme de 1982 'Conan, o Bárbaro'.
Em 2017, Conan morreu e, segundo a imprensa argentina, Milei enviou amostras do DNA do cachorro para a empresa PerPETuate para fazer clones de Conan. A empresa já publicou textos em seu site confirmando ter clonado o cão do político argentino.
Milei tornou-se famoso como participante de mesas redondas sobre temas políticos na TV argentina. Ele sempre se apresentou como um grande defensor do Estado mínimo.
Frases polêmicas fazem parte se seu repertório:
"O aquecimento global é uma mentira."
"Os Estados que permitem o livre porte de armas têm muito menos crimes."
“Fui professor de sexo tântrico.”
"É quase natural meu alinhamento com Trump e Bolsonaro. "
As propostas de governo de Javir Milei são excêntricas. Entre elas estão:
A dolarização da economia, a privatização das empresas públicas, o fim do Banco Central, a militarização do sistema penitenciário, além da extinção de vários ministérios como o da Educação, da Saúde, dos Transportes, do Turismo, do Esporte, do Trabalho e da Seguridade Social, entre outros que assustam boa parte da população.
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Sobre o Colunista:
Alexandre Márcio Neves é LGBTQIA+, militar do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, antifascista, historiador por paixão, estudante de direito na PUC-MG, atuando ocasionalmente no Mercado Financeiro. Tem identificação com pautas ligadas à política, geopolítica, economia, direitos humanos, segurança pública, esportes, meio ambiente, diversidade, curiosidades e atualidades. Atualmente escreve voluntariamente a coluna 4º Ponto no Portal Futuro Livre.
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